sábado, 22 de agosto de 2015

O tapete mágico

Trazias o céu debaixo do braço 
Porque cada um tem o seu céu. 
Desenrolavas com tuas mãos a 
Parte diária onde caber o sonho
Que sonhavas. E de tão grande
Foi vivido em sítios incontáveis. 
Falavas de paredes de açúcar e
Telhados de chocolate e janelas 
De palavras tantas e quantas os 
Os mundos que inventavas nas conversas servidas à mesa onde 
Nos sentávamos. Sendo menino 
Ouvir-te fazia-me grande e ainda 
Tenho as antas com que faço os 
Caminhos que me ensinaste que 
Caminho chorando e rindo de ser 
Teu filho órfão e agora teu pai de 
Amor porque sou eu que te trago
Ao colo. E também eu tenho céu
Próprio que desenrolo como um 
Tapete mágico que viaja os teus 
Olhos para que saibas os meus 
Dias andados a sonhar o sonho
Por mim sonhado para que como 
outrora, nas desoras encontremos 
um quarto-de-hora para falarmos. 
Mas se te conheço há espaço em
Teu vasto céu para caberem todos 
Os futuros-mais-que-perfeitos ou 
Não fosse o teu jeito largo d'amar. 

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2015)

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