quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Prosa Em Azul Celeste

O menino subia pelo livro a rua que 
lia. O rapaz desce no livro a rua que 
trazia. A avenida escreve o homem 
Que se fazia. O homem Velho, novo 
Na altura, dá mundo ao menino que escrevia, em garatujas, as primeiras letras que sabia. O rapaz escreve o 
Seu nome e aprende o galope dos  nomes que traz de pai e mãe, mas 
Não sabe ainda que estes são obra
Vasta que legam para que ler possa 
Sua cidade. A de Deus e do homens. 
Ary canta com a voz emprestada do poeta um outro homem na cidade e 
A idade faz-nos caber num verso do 
Poema nunca escrito nem acabado. 
Os dois homens caminham a par no
Lado ímpar da página das suas vidas
Percorridas. E cavaqueiam do medo 
De se perder quem se ama. Escreve
Quem dorme só ou não dorme ainda 
Que só. Quem tem livros de vida não
Está nunca acompanhado é do fado 
O nascer e morrer daí o vivemos um
De cada vez o mesmo dia repetido e 
lado a lado na ilusão de que se vive 
Acompanhado. O velho homem era 
Sempre novo no homem, no rapaz, 
No menino. Tantos os lugares a que 
Por por tua mão acontecidos e ora 
Chega o tempo de escrever a prosa 
Em tintas de azuis celeste para que 
Me Possas ler porque bem vês és tu 
O meu leitor, é para ti que escrevo a 
Sobra que sempre senti neste nosso
Mundo que não aprendo. Ser-te-ei o
Peixe que nadará o teu (a)mar. 

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2015)




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