segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A Praia Beijada

Se alguma força terei nascerá de ser, porventura, fraco. À força, nada! Por 
querer, pelo bem-querer, tudo o que 
Me falta! Tudo o que me fala; chama
Que me assinala e convoca ao inicial
Dessa forma, firme (feixe de dúvidas 
e tanto medo ainda), restituo-me a ti. 
Pouco importa quem fui, para quem
Fui. Nem quem sou, nem para quem
Possa vir a ser além de mim. Insisto 
Na consistente imaterialidade do que 
Se sonha não como vã quimera mas 
Como validação de regressos, prima 
Condição de futuros; o meu e o teu. 
Tu: enunciação aberta ao amor. Este 
como verdade revelada e o alor que 
Nos guinda do lugar desistido, para 
refazermos a rua percorrida. Somos 
Somas de desistências, de espaços 
Vazios, de baldios e baldões? Não e 
Sim. Somos a praia beijada, somos 
A vaza, somos o olhar e a onda que
Finta a dor (crude que prende a asa, 
que retarda o voo), somos regresso 
Que se repete e desfaz e por fim, ou 
começo, o ingresso p'la Porta Maior. 

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2015)

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