segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O impante

Enxovalho tem vida própria pois se diz que quem pelo ferro mata por ele morre. É que debaixo do veludo afinal sempre espreitou o sabre. Os modos doces, os gestos enfeitados duma urbanidade sem cidade e raspas de piedade. Nem era caso para tamanho e vil transtorno: Não era refeição de se servir fria. Foi muito acaso ou despeito afetado e tiques de rasteira burguesia em cujas pratas grotescamente se reflecte. Impante, passeia sua ignorância malsã, sorriso de dentição afiada em boca apertada. Plim! Adiante que vem dia mas têm Razão aqueles que dizem ser prudente temer os justos; deles virão todas as iniquidades e inclemências em punhos brancos de renda vestidos estes ditosos. São anjos vingadores. Incautos quase os tomamos por pessoas. Vá de retro e em riste um destemido dente d'alho.

(c) Filipe de M. | texto e fotografia (2015)

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