sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Duma certa forma

Duma certa forma as tuas mãos aqui
E tudo um agora raso e como demora 
Atravessar a imensidão dessa palavra.
O que me sustém e me impede desta 
Planície deste Alentejo chão onde me 
Deito ao comprido do dia em gelo frio
Onde me queimo devagar deste vazio?
Onde as arestas ou o cabide dos teus 
Olhos onde me despia? No colo dizias 
E tu dizias que haveria. E não haverá!
E a adultícia é tão curta para abraçar 
Para embarcar o arco-íris da infância 
Para onde foste oh meu olhar d'amor 
Que não me vens trazer ao portão do 
Dia começado e desde logo acabado. 
Porém os pés de esperança calçados!

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2015)

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