sábado, 30 de maio de 2015

Voar

Desespero não te encontrar 
Desespero não é dor 
É dizer que não espero 
Nem por ti 
Nem por mim
Tu não existes 
Eu também não 
Não esse que fui 
Morreu de morte súbita o coração 
No dia em que dele o sentir se perdeu 
Sou jangada a braços remada 
Navegante no desarrumo achado
Muito melhor que procurar no mar 
O que foi nado em seu passado 
É nesse mesmo outro mar
Ser por um outro de ti (re)encontrado 
Para no porto à chegada
Sermos a cidade anunciada.

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2015)

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