quarta-feira, 27 de maio de 2015

Vivamos

Nós, os nus
Nós, os sem voz
Nós, o céu dos céus, 
Nós, o céu dos mortos. 
Porque pedimos que olhem por nós. 
Nós, os cegos que não vemos 
Vós, que o fazem por nós
Nós, os Prometeus
Nós, os do aquém do Rio 
Nós, mortais, uma só vez nascidos,
Nós, os momentaneamente nós, 
Viver saibamos o que nos foi oferecido
Rogando a vós 
Que não se esqueçam de nós 
E a saudade é uma escada para que, no subir duns e descer doutros, não morramos sós. 

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2015)

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