terça-feira, 28 de julho de 2015

Calado

Há tempestades nos meus olhos. 
Altas vagas beijam o costado do rumo entortado; chego alagado e nas mãos trago peixes cansados e conto naufrágios que ouves calado. E depois, só depois, o sopro doce da tua voz a serenar o mar e a ira dos ares. O céu é agora um manto estelar que puxas p'ra me aconchegar e, um por um, todos os peixes do meu verde par por ti devolvidos ao seu líquido lugar. Foi então, às tuas mãos, que sucedeu adormecer. 


(c) Filipe M. | texto e fotografia (2015)

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