terça-feira, 21 de julho de 2015

À porta

Habituamo-nos.
Falo do rumor 
Do eco da voz 
(Vasta assoalhada);
A rotina da chave 
A porta dos teus
Regressos a casa.
Desabituamo-nos 
Ao nosso regresso 
A nada; essa rotina 
Do vazio da tua voz 
Ausentada à partida 
Nunca mais chegada
Estranhamos a dor 
Como se um motor 
Que há em nós se
Ligasse pela mesma 
Chave que se pesa e 
Impede da ironia que 
Carrega em seu metal
Material fatal de se abrir 
Flor de chama magoada
E nós no jogo, no logro 
Na ratoeira de calarmos 
Que estamos e que nos 
Sentimos tão sós.

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2015) 

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