segunda-feira, 16 de março de 2015

Diptíco (II)

Meu amor e digo hoje, daqui, deste lugar ameno que sou, que as palavras sentaram-se à mesa do silêncio conversando a própria voz. 
E deste fez-se um outro no dentro daquele: como se do sal que mata o que nasce p'lo chão se abrissem as janelas das mãos e ouvisse o canto primeiro da manhã. E no mesmo passo com que entraram, saíram, uma a uma por seu pé, todas as palavras outrora entradas para que o que houver que sair o faça p'lo caminho da paz e com a mesma inteireza do que se foi capaz e para que haja lugar (em mim) para o novo que se faz.

(c) Filipe M. | texto & Fotografia (2015)

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