sábado, 24 de setembro de 2016

Pausa

Nas pausas, no que se interpõe, no que se 

evapora, no que se aquieta, no que se cala 

Vêm, vagorosos de tímidos, de antanho, os 

Sons que tecemos: um tear que montámos 

De braços, de abraços, das palavras: bojos

Da Arca de Noé para nossas justas viagens

Um beijo a quatro lábios e d'olhos pintados 

Pretextos vagos de sermos frente-a-frente 

O sabermos e do medo que temos inventar

Um dia que o destrua e tocarmo-nos. Dois 

crentes; no recreio a vida seus lápis de cor 

Que trazemos no estojo dos olhos e beijos

Dados são agora pássaros que voámos no

Céu inda agora desenhado, onde cabes tu 

Agora na varanda da eternidade. Eles vêm

Por nós trazer-nos seus sons musicais, as 

Mãos em oferta que nos afagam, amando.



(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)

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