segunda-feira, 4 de julho de 2016

Diário

Há um exacto momento em que nenhuma
Ideia de passado nem qualquer suposição
De futuro me traz presente. Inexistência!?
Não; um permanente excessivo contrário:
Algo cujos limites de início e fim desenha 
Uma infindável planície, impreciso rumor 
Sem zonas curvas como é suposto numa 
Esfera. O calor estival produz esse sentir
Débil onde os corpos se exaltam Apogeu
Que convida à dança nua que se esvazia
E nos dá o mesmo preciso lugar. Estupor 
Que aquieta e nos faz terroso miméticos 
Não se cruzam ido e vindouro: presente
Estático, presente intacto, sem condição 
De liberdade. A imagem treme imprecisa
Não me foco e sucessivas ondas perdem 
Pé. Horizonte, horizonte azul descoberto
Nada é perto, o longe é para lá do braço
Onde só a mão desliga o dia a tempo do 
Cigarro do copo do corpo do sexo febril. 
O traço certo, exausto pede comutação. 
Entro. Entro num lugar. Ah sombra solar!


(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)

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