sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Praia-amar

Desse vazio; de ausência; de vagar; calcinados descaminhos (em redor). Cintura de dias urbanos ou muralhas para que não dilatam. 
Dias obsidiantes. 
Poucos já muitos nem por isso não sei. 
Há um lugar vago.
Dizem-me coisas 
muitas coisas e não sei se oiço não sei se compreendo não sei se sei 
E que me digo que me oiço
Escorrego no teu rosto perco o teu rosto perco o teu rasto 
Há um lugar vago
E ainda há dias assim; assim como? Com corpo com cheiro com farrapos de palavras desenhadas à mão levantada. Não sei o que são ou ainda por serem ou já não serem dias nem eu nem tu
Há um lugar vago
Digam-me tudo que ouvidos generosos os meus tudo ouvem calo tudo porque a boca perde para o par. 
Queimam esses dias estes dias os dias do porvir mas que venham e ardam na pira 
Há um lugar vago
Devagar vagou
De vago a vaga que por sobre a praia-mar findou...

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2014). 

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