sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Janeiros: Abris

Pouco importa, meu amor. A flor desse abril deu-se ao tempo, afinal o abraço que aconchega ou o prefácio do que é final. A notícia chegou antes da boca, antes das palavras, antes desse olhar. Disse-me um outro, disse-me o frio do corpo e uma lonjura que começa sempre pelas mãos. Ah! Essa audácia que fez delas aves do impossível? dum jeito de se emprestam ao céu. E nesta manhã de agora, há um vento que me salpica de rio, na cidade que chove como se chorasse por mim. 
Filipe

(c) Filipe de Macedo | R. do Século, Lisboa, 2014

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