segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

E depois do amor?

Há uma nudez própria no que se veste. O dizermo-nos duas vezes; o haver um 'por último', coisa outra que não um lugar primeiro. 
O sermos contáveis. 
Os corpos: segredam, fundem-se e refundam-se num bazar de bocas, mãos e olhos; são cordas instrumentais que produzem sons do clamor do amor.
E a jornada é por dentro, onde caminhos estreitos conduzem a largos sítios, e, como em tudo na vida, o seu inverso: larguezas que se estreitam. 
E na boca a pergunta: 
E depois do amor? 
Digo: sou, em certa medida, o teu nome. 
Restou-me a palavra em teu nome. 
Depois do amor o amor é um nome.
Sou o teu nome.
Nem alegre,
Nem triste.
Respiração.

(c) Filipe M. | Texto e fotografia: Funchal, [2014]. 


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