domingo, 26 de junho de 2016

Bem dizer

Bendigo o dia e sua erradiação solar 
E digo corpo beijo prazer e orgasmo
Como digo a alegria larga do sorriso
Como vejo telhados em fundo de rio 
Para onde desço escadas de casario 
Oiço nos pássaros matinais o relógio
De pulso livre e afastamos os lençóis
Redes de extração do pão seu forno
Em nossas bocas o alimento e mãos 
Oleiras recriando formas de sermos. 
E há passeios cheios vozes e palreio 
Balões de namorados em seus ares!
Velhos e netos em seu amparo cães 
Atrelados aos mais cegos de verem 
Cansaços disfarçados de euforia no 
Excesso a míngua e há odores vivos
De mercados cigarros café de gente 
De tão longe aqui tão perto. Pessoas
Livros que não lemos que têm nomes 
Que não sabemos. Bendigo não sei o 
Quê mas vou seguindo a conjugação 
Do verbo ir em suas formas reflexas
Onde invento dias de junho de amor.


(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)

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