quinta-feira, 3 de março de 2016

Idos de Março

Queria dizer-te coisas; ou que mas dissesses. 
Compreender-te será uma vida: a que julgava 
Que tinha e a que julgo ter. E com as palavras 
Fiz um perímetro nosso - onde me recrio; cria 
Que procura e não cessa de procurar-te: esse
Lugar do sentido, do incondicional e absoluto. 
Onde não chega o mal e todo o bem, tão bem 
Vedado que se preserva da ferrugem do uso 
Devido e indevido e da escassez e demasia 
Do verbo que agora, nunca antes, entendo:
O princípio de tudo aquilo que se nos acaba, 
E todavia continua e insano nos parece agora 
Inventado o que sempre por ilusão nos existiu. 


(c) Filipe M. | texto e imagem (2016)

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