sábado, 6 de fevereiro de 2016

Desenhada

A cabeça inclinando-se, procurando o ombro. 
Um gesto adivinhado - sempre novo (outro!),
O teu olhar desenhando um arco com o meu. 
Tínhamos essa porta. E foste! Cabe muito no
Pouco com que nos deparamos. Ficámos eu. 
Eu contigo, já sem ti. Um fio que puxamos da 
Camisola que vestimos e um fuso a memória 
Tecendo agasalho. A tarde aquieta-se como 
Se a manta nos crescesse pelas pernas toda 
Ela ternura, um abraço de lã e amainada essa 
Tempestade do mar-chão da saudade. Triste, 
Desenho uma janela onde me ponho para que 
Possa. Adivinhar-te chega; possa a tua mão e 
Num gesto adivinhado, sempre novo (outro!) 
Eu junto a minha. Foste e ficámos: eu contigo. 



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