sexta-feira, 27 de maio de 2016

Devagar

São devagar os teus olhos 
Onde vêm chorar os meus 
Porque poisam bem-querer 
Nos lugares onde não nasce
A flor que vejo a vires colher.
E erguem pontes esses teus 
Braços para que a minha dor 
Possa por fim passar e deste
Mesmo mar dolente recolhas
O já teu este meu corpo tão 
Exausto de nadar e porque 
O cuidas em amor o beijas 
A cantar para que eu possa 
Adormecer sem medo que 
No amanhecer não te veja 
Chegar para me ergueres
E tomares porque depois 
Da morte só posso amor.


(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)

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