domingo, 8 de maio de 2016

Café Ideal

Tenho saudades tuas e cabendo tudo nisto
Que digo não fica nada na lonjura nem aqui 
Perto. Esse não-lugar é o destino que peço
Podendo sê-lo em qualquer lugar, que seja 
Meu o deserto. Num certo sítio, decerto o 
Sítio certo, dum certo jeito o jeito certo de 
Me encontrar no substantivo que recusa o
Sinónimo e o antónimo setas doutos sítios 
Que não quero indicar; só neste me quero 
Focar. Por ti sou o convocado, o nomeado
Porque sem o outro, mesmo que esse seja 
Eu, não há nada e faz saudade, e saudade 
Não cabe em nenhum lado senão em mim. 
É demasiado. Se o digo assim é ainda mais 
Verdade na demasia o sentir sempre maior 
Que a palavra que o tenta vestir. Já não ou 
Talvez um ainda advérbio de que me sirvo 
Porque a saudade é fome, alimento jamais
Embora traga memórias de que me quero 
Afastar, para logo de seguida me acercar. 



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