A geometria diz a forma; um ponto a partir 
Do qual a tua mão. A tua mão afagando de 
Gesso a pele do corpo emaciado do amor 
Púbere no baloiço da idade acrescentada.
A luz produz langor e horizontalidade: um 
Sítio a sul onde nem mesmo o próprio mar 
De verde-azul indeciso é liso nem assim a 
Tua pele que os meus olhos limam e limos 
Que beijo acima do sol que teus olhos têm 
Sugerem sombra como a ogiva uma curva
E a luz entra e brinca no lençol linho de nu  
Dividindo unindo, destapando ocultando o 
Que compomos tão para lá de nós: o acto
Do amor que se faz e que autónomo em si 
Perdura mesmo que por acaso se desfaça
Quem o faça. E da matéria nossa imaterial 
Transita paira e nidifica em quem acredita. 
Assim o filho de pai e mãe que pai de filho
Duma filha mãe de si nasça. O amor tem a
Sua forma vária e dizemos dele geometria 
Quando é a nós que deforma. Bem ou mal 
Somos nós os fazedores das altas coisas!
(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)