quarta-feira, 11 de novembro de 2015

No teu casaco

Visto o teu casaco
Por dentro o visto
Como o teu abraço
O teu sentar sento
O teu deitar deito
O teu rosto leve 
Levo ora comigo
Ângulos mortos 
Ocultam traços 
Dos teus passos 
E as tuas mãos 
Falaram tão alto 
E eu não escutei
E o relógio parou 
E os ponteiros 
Abriram a hora
Nova onde ainda 
Não tenho vaga
E procuro os teus
Tamanhos e de 
Boca em boca 
Pergunto por ti 
E os meus lábios 
Saberão sempre 
Ao gosto da tua
pele, fronte doce
De frutos beijada 
Murmurando as 
Palavras que me 
Dão o lugar certo 
Porque me dizias 
Que tinhas que ir 
Mas que teria eu
Que ficar porque 
Os teus amores 
Teria que curar.
Pediste para ir 
Que vás na paz
Disse dividido 
Sorri chorando
Pouco depois 
Nasceu o sol 
E nunca mais 
Anoiteceu.

Filipe M. | texto e fotografia (2015)

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