quinta-feira, 16 de abril de 2015

Tangente

E por fim tu, meu velho. Depondo o dia asado, a máscara e a roupagem. E há um rio que te recebe no seu líquido colo. E há luas acendendo cores finais por sobre águas ventadas. E por fim tu a chegares a ti como quem se aninha na infância do que supôs começos. Assoalhadas que ressoam os teus passos e o silêncio de todas as vozes. Sim, tu, caminhante de caminhos vagos e errantes. Se por um acaso perseveras fá-lo junto ao curso, à margem, à tangente: na bainha de possibilidades. Um dia, um dia mais, um dia menos. Mais tu, menos tu...tu, meu velho que morres vivendo. E há a luz do rio e há água em ti. Nascente. 


(c) Filipe M. | texto & fotografia (2014; 2015)

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