sexta-feira, 3 de abril de 2015

Impretérito

Nunca o Amor será pretérito mais que perfeito. É-o, creio, quando olhos bons abraçam o nosso lado mau e o trazem para a luz boa que nos aceita inteiros e falhos, como é suposto. Se há porventura sol nos céus será cópia desenhada daquele que expedimos quando nos perdoamos, quando nos damos, quando amamos, quando sonhamos a arte do possível, quando nos sujamos de vida e dizemos que a mácula é a mais Bela das palavras. Sem de nada me arrepender, arrependo-me às vezes de não me ter percebido, de não te ter entendido, de não vos ter ouvido. E no entanto, desdigo tudo isto! Caramba: estou vivo e feliz, talvez por tudo isso. De assim ser em vós e, melhor ainda, quando vocês são em mim: braços que dão mãos, mãos que dão flor, flor que se abre em amor. (2013)

(c) Filipe M. | texto. 


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