terça-feira, 7 de abril de 2015

Talvez

Ficara (sentia-se) diferente. Sem o sentido preciso dessa mudança. Nem timorato, nem afoito, nem o meio termo entre uma coisa e outra. Uma nuance, uma velatura caindo delicada por sobre os dias e estes por sobre mais dias. Ainda assim, inominado esse devir. Um tempo longo, alongado como um felino se alonga no desengano da preguiça. Um tempo chão. Ou tempo breve, ou um não-tempo. O tempo apeado de si. Todo e nenhum. Sono e vigília. O que é o meio do meio? O eixo tombado, e tudo de viés, dias oblíquos. Dias possíveis. Estava diferente: A derramar-se, talvez a evaporar-se... Talvez...

(c) Filipe M. | texto e fotografia (2014) 

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