quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

[Das tuas mãos]

Há no ar o pó de caminhos, o turvo da 

Chuva, o difuso da irradiação solar, do 

Manto breu, pano estelar da noite céu.

Os cascos onomotopeia soa o tambor,

Ressoam ferindo o ar, arauto do medo

A chegar; lado nenhum há onde não vá

Erguendo maior que o ar, uma vela que 

Navega meu ser antes que o possa ser.

Centauro, vê no claro rio água de beber

Cuja fonte nasce da dor no flanco, tuas

Mãos, flor audaz, afagam o meu estado 

O de todas as incertezas, de hesitações 

Cavas que travam, que retardam e dizes 

Ser o contrário: passos atrás no balanço

De quem se agiganta, não dum tamanho 

Que nos aumente mas o preciso ver-nos

Como somos e das tuas mãos a água da 

Sede, benfazeja tua humana malga meu 

Bebedouro; cavalo alado este o homem 

Que que do medo sua cicatriz desenha 

O rio da travessia: água cursa novo dia!



(c) Filipe M. | texto e fotografia (2017)

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