quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O meu segundo primeiro livro

O acto de escolher e ler livros será sempre teu; Lembras-te? Sentava-me no chão em frente à estante dos livros e, um por um, resumias suas histórias e eu escolhia qual ler a seguir. Depois, líamos a desoras e tínhamos fome. Madrugada Íamos à cozinha e, por minutos, falávamos das Leituras em curso; anos a fio o fizémos. Depois Partiste e deixei de conseguir ler; sentia-me só 

Sem ti, ainda que sentisse saudades. Terminei 

Hoje um livro, meu pai! À última página o casal 

Une-se num abraço nocturno, antigo, maduro Conivente e perdoado. Não há acasos, todos 

O sabemos. Estou feliz: olho o teu retrato por 

Dentro dos meus olhos. Já fui àquela estante Escolher o próximo. Sei-te aqui feliz comigo e Certamente irei à cozinha se me der fome. És 

O mais belo contador de histórias por isso irei Contar-te as que eu ler. Não precisas de ser o 

melhor pai do mundo: é sobejo seres meu pai. 

Há um livro teu, escrito por ti (a mãe mo deu a empréstimo), mas esse ainda não estou capaz 

de ler! Ele dar-me-á aviso quando achar que o poderei fazer. Eu sei que entendes. Noite feliz! 

Um beijo. Pipo




(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)


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