terça-feira, 2 de agosto de 2016

Delicadeza

Havia um silêncio delicado como uma taça 
O teu pescoço quase alto, quase de gato a 
Ver mais alto a manhã alongar-se em luz o
Soalho sob a cama sob o teu corpo, o Belo
A boca diz muda que há amor fulvo chama
O olhar que se acende no fósforo o cigarro
As tuas mãos poisando-o devagar Sobes à
Altura dos meus lábios e dá-lhes os teus e 
Ainda nu, apenas os lençóis, como não ler
O braille talvez beijos a crescerem em flor. 
Um canteiro chão que se levanta, erguido.
Quase como um arco felino ou as palavras
Que se desmacham, quase antes da vaga 
Onda do mar molhar feliz a casa de areais. 



(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)

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