domingo, 28 de dezembro de 2014

Outubro (2014)

E a tua noite chega à minha manhã. 
Sei da espera e do quarto alastrando-se pela casa e o mundo, improvável, a caber todo na moldura da janela. 
E os objectos são calendários ou quando a noite se alinhava com a noite e quando amanhecia de manhã. 
E quando saio às ruas há o quarto em cada passo e a cada passo mais adentro o quarto e a noite que lhe é dentro. Quando saio à rua há corredores e aquela porta sempre nos seus fins. 
E tu não vens como vinhas e eu já não chego quando partia.
Outubro, 2014

(c) Filipe de Macedo 

Sem comentários:

Enviar um comentário