quinta-feira, 18 de maio de 2017

[Intitulado]

Queriam ver naquela tristeza toda de que 

Falava uma Pangeia por tão imensamente 

Escrita. Quando em verdade é um eco do 

Mesmo emitido som da voz. Um arauto, o 

Promontório donde essa terra uma se vê

Repartida (como o pão que todos saciou) 

Por mundos vários do mundo só. Do mais 

Alto ponto ainda divisar que não fosse tal 

Tristeza relevo jamais perceberia que tão

Pequena é no desigual tamanho d'alegria.

Que me importa a sentinela se a ela devo 

A desatenção com que ando na rua. Vida 

Vejo-a profusa de desmedida nas ínfimas 

Coisas. Mas quem até ela lhe leva a água 

Dessa mesma sede que nos faz bebê-la?

Cada um seu jeito; o meu é assim. Se por 

Cada lágrima (chorada ou não) um sorrir

Meu, faço aquilo que ela silente me está 

A pedir. Quem pode ver por mais barcos 

Que andem a navegar capazes inda que 

Todos juntos de cobrir o imenso do mar?

Não por acaso as escritas letras de tinta 

São sempre menores que o papel, como

No céu o é menor-maior o voo das aves.

A costura dá a junta tal como a margem 

O rio. Igual com a alegria que no inverso 

Proporcional em tristeza se permite ser!



(c) Filipe M. | texto e fotografia (2017)

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