Este momento; este tão íntimo momento; tão curto
Tão longo aqui dentro momento. Um murmúrio um
Véu sopro do céu tua mão como a quilha do barco
Quase imóvel de movimento sentindo a corrente e
Sabe agora o segredo mais fundo, fecundo corpo
O dirá a um outro quando a hora chegar. O tempo
Do silêncio, do vento, da canção cantada, embalo
Maternal quando no fim tudo começa. Um timbre,
Repercute no ar límpido o som da nota da aurora
E em seu voo há os meus dedos a desenharem o
Teu lábio e uma segunda vez o teu outro lábio da
Tua boca são notas, partitura do meu mundo teu.
E cantas a nossa mais antiga canção. Inventando
Possibilidades, demos as mãos e começámos os
Corpos devagar; deixámo-los falar. Nessa espera
Fizemos amor para o dar no momento das sedes
Sim, virá o tempo até que por findo o tomaremos
Por tão longo, por tão curto, por tão isto e aquilo
E nesse instante, no ponto agudo, haverá a água
Para a bebermos na torna-viagem de morrermos.
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