Nas pausas, no que se interpõe, no que se
evapora, no que se aquieta, no que se cala
Vêm, vagorosos de tímidos, de antanho, os
Sons que tecemos: um tear que montámos
De braços, de abraços, das palavras: bojos
Da Arca de Noé para nossas justas viagens
Um beijo a quatro lábios e d'olhos pintados
Pretextos vagos de sermos frente-a-frente
O sabermos e do medo que temos inventar
Um dia que o destrua e tocarmo-nos. Dois
crentes; no recreio a vida seus lápis de cor
Que trazemos no estojo dos olhos e beijos
Dados são agora pássaros que voámos no
Céu inda agora desenhado, onde cabes tu
Agora na varanda da eternidade. Eles vêm
Por nós trazer-nos seus sons musicais, as
Mãos em oferta que nos afagam, amando.
(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)
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