Soubesse cantaria o mais alto dos cantos
Que me guindasse quando baixo faz meu
Olhar alta a altura da luz e pensá-la assim
Distante quando, em verdade, sempre ali!
A banalidade um caminho difícil d'aceitar:
Bebedouro donde tão poucos bebem ser
De excepção; ninho o canto-chão donde
Partem comuns como os demais e, cedo
Maiorais, inumanas aves o são. Pudesse
Eu cantar as alturas imensas dum canto
Total, o canto dos seres imortais. Mas e
Aqueloutros cujo canto se faz sem voz?
A heroicidade de quem vive o comum!
Transparência que fere e crua derruba
Por quem nunca nada vê. Tivesse voz
O dizer meu canto quem do seu chão
Inda assim, fez alto seu peso imenso!
(c) Filipe M. | texto e fotografia (2016)
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