São barcos que aportam
Antigamente é fruto futuro
Da árvore caído e pescadores
Com suas redes trazem o peixe
Arrancado ao mar e a tua mão lá
Para apanhar o que de moto próprio
Se liberta e viúvas e seus lutos a saber
Ao sal de quem foi para não voltar e seu
Sabor de o comeres já sem Deus, nem pai.
E nas areias, toalhas de renda à beira do mar
Aves debicam sobras; antigamente o segundo
Éden teu corpo nu, num arco perfeito, requebra
Em modulações de prazer, bandoneón seu som
A boca quente, espasmos verbais e em silêncio
Os barcos em terra, secos sem viagem, e seus
Timoneiros em casa ou no fundo do mar, cuja
Dor seus ais são laivos tristes dum vento que
Venta quando já ninguém lá. Antigamente eu
Tua árvore, do teu sono a sombra para que
Me sonhes. Há-de haver fome; ali deitado
Te deixo, menino cansado. Irei à faina do
Mar para que traga o saceio à boca das
Fomes, não de alimento as maiores. E,
Se não voltar, acordai e voltai a amar.
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