Trazias o céu debaixo do braço
Porque cada um tem o seu céu.
Desenrolavas com tuas mãos a
Parte diária onde caber o sonho
Que sonhavas. E de tão grande
Foi vivido em sítios incontáveis.
Falavas de paredes de açúcar e
Telhados de chocolate e janelas
De palavras tantas e quantas os
Os mundos que inventavas nas conversas servidas à mesa onde
Nos sentávamos. Sendo menino
Ouvir-te fazia-me grande e ainda
Tenho as antas com que faço os
Caminhos que me ensinaste que
Caminho chorando e rindo de ser
Teu filho órfão e agora teu pai de
Amor porque sou eu que te trago
Ao colo. E também eu tenho céu
Próprio que desenrolo como um
Tapete mágico que viaja os teus
Olhos para que saibas os meus
Dias andados a sonhar o sonho
Por mim sonhado para que como
outrora, nas desoras encontremos
um quarto-de-hora para falarmos.
Mas se te conheço há espaço em
Teu vasto céu para caberem todos
Os futuros-mais-que-perfeitos ou
Não fosse o teu jeito largo d'amar.
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