Chegou a chuva. Uma evidência?
Não; chegou a chuva! Quando se
Disse tudo, dizias, calamo-nos no
Silêncio e começa-se de novo de
Regresso ao princípio. Olho o teu
Rosto. Uma evidência, ou apenas
O teu rosto? Não; o teu rosto! Nele
Vejo traços do novo mas vislumbro
Traços dele para velho. O que será
Um rumor? Dizias: é o último lugar
Duma plateia; mas estamos, ainda
Que longe. Estamos onde? Dizias:
Em lugar. O lugar é o sítio onde se
Está. O lugar somos nós. A cadeira
Que se abre e fecha. Ainda a olhar
O teu rosto. A cadeira de ser lugar,
A chuva que chegou sem avisar e
Tu, meu amor, porque te atrasaste?
Bem sei. Não ligues. É desatenção
Minha; sabes, minutos antes, ainda
Deitado ouvi da portada que teimo
Aberta o canto breve da ave. Breve.
E não voltaste e eu olho o teu rosto
Os meus olhos a desenharem o teu
Para to levar. Dizias: sei o meu rosto
Pelo teu. Não te direi nada, peço-te
Apenas que devolvas o meu para te
Poder olhar a partir deste lugar.
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