Por enquanto aqui. Não por cá, um
Mal disfarçado encolher de ombros
Que me nego. Cá; aqui. Diziam que
Colheríamos as flores dos caminhos.
As flores são prendas para que as
Contemplemos; plantá-las para que
Mais hajam. São escassas, sempre
Poucas ainda que as digam muitas.
E descaminho; a passadeira que se
Enrola aos passos já percorridos e
Se distende no que houver ainda a
Dizer com os pés. Ah se estes dois
Falassem! Calava-se o mundo para
Ouvi-los. Quantas palavras, quantas
Lágrimas, quantas facadas e mortes
Simbólicas se apaziguaram nas ruas
Das cidades que trazemos de dentro
Para fora. Por enquanto. Os favores
Da luz, o vento brando sobre a pele.
O olhar que sorri, a inclinação da luz
A dar-nos o dorso e vamos felizes à
Boleia para a parte incerta de nós a
Que comporta tudo o que ainda não
Dissemos, o que ainda não vimos, o
Que ainda não fizemos. Depois, no
Longe do mar desenhamos o barco
A aproximar-se; surge o passadiço
E subimos e há um círculo que se
Fecha lídimo porquanto se ganha
O justo bilhete da Viagem.
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