Um tempo imóvel. Parei e saí; encostei
A porta. Olhei breves instantes e segui
Para ali perto, nem tão-pouco intenção
De ir mais-além. Uma pausa e estendo
Minha existência inquieta na cama mel
Do silêncio sua esteira e sem estorvos
A espreguiçasse. Dou-lhe embalo mãe
Prenúncio da acalmia sem sono e sons
Chegassem remotos de longa distância.
Só rumor meu pensamento, as turbinas,
A maquinaria mental na pausa industrial
Do cigarro. O mar está todo fora de mim
Todo ele externo - líquida cintura uterina.
Peço água; a maré em reverso. A mim um
Mar, em mim um mar. Meu deserto ondula
O ar, sem peixes, nem regressos. Um anel
Casa o dia e retomo-me. Ali estou à minha
Espera quieto e o mundo recomeça igual e
A sede é minha e não faz ruído logo imersa
Na alta partitura fabril do fazer dos dias seu
Devido uso. Entro; um derradeiro olhar. Sigo.
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