De mão em mão fizemos dois pares
Que atravessaram os aéreos lugares
Fito de lograr aquele onde pousar as
Minhas sobre as tuas. E falaste dum
Jardim vindouro sempre que alguém
N'alguma parte do mundo se queira
Beijar; e que o soubéssemos cuidar
Disseste que as aves são belas mas
Triste seu voar se não tiver donde vir
Nem onde chegar Que não fiquemos
Sós porque todos nós precisados de
Ninho para nascer; de braços longos
Onde morrer o penúltimo dos beijos.
Disseste que todo este mar é a taça
Das mãos de Deus onde caem todas
As lágrimas das aves que choram no
Céu a dor dos que ficam na saudade
De quem partiu e não voltou. Vem e
Segue o caminho de olhos fechados
Só assim me verás. Estou aqui. Vês!
Dá a tua mão à minha. Fica o tempo
Que tu quiseres. Só agora se faz dia.
O último beijo, de todos eles o primo
Daremos nós quando reencontrados
Murmuraste antes de adormeceres.
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