A nota reverbera solta da pauta
E anuncia o silêncio sobrevindo.
Não há dois iguais: precedentes
Companheiros, de tempestades
Ou do apascentamento daquele
Que se tresmalha no fio diário e
As palavras foram caindo folhas
Chão da tua árvore chegado era
Teu argênteo outono; dir-me-ão
Falavas e eu sempre a dizer que
Te foste calando vestido no som
Dos outros. Sinto falta a tua voz
Não tanto no sentido de dizeres
Porque de há muito sobreleva o
Olhar a quem se tornou sábio; é
Do som da tua voz, tem seu eco
Demiurgos a acalmar os ventos
Dos caos a que chamo o medo!
E há o grande som que se abre
No silêncio do peito é a concha
Que achamos suportável e tão
Raro esta se abrir do seu mudo
O dentro da matéria mater. Por
Isso se fez um profundo langor
Estival, estupor da estação sol
Minando o vigor de cada corpo
Nosso para que um por um se
Aquietassem e pudesses fintar
A noite que no entretanto baixa.
A sala estava cheia do anfiteatro
Dos rumores restolho vento risos
Guizos, zumbidos sinos a repicar
O maestro sentou-se. A orquestra
Calou-se e quando adormecemos
Partiste silencioso daquela noite.
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