Ocaso/
A superfície que ocupo
reclamo, avoco, invoco
Amanhã há-de ser inda
Mais; tudo mais que se
Possa mais ainda terei
Em meu nome firmado.
Não me expando para
Nenhum lado Desígnio
Que se esgota grande.
Contudo menor que o
Logro tido por ganho.
Irradiação/
Só peço uma nesga de
De terra onde firmar os
Pés. Tenho o céu onde
Me caber o olhar; inda
Sobra. Chamo; duvido
Pergunto; erro errando
Menor que é o grande
Do devir humano. Sou
O que tropeço e trago
Do chão desacerto de
Quase nunca lograr o
Lugar. Desassossego
Logo à primeira hora
Depois o motor pára
E há a linha de costa
Ou um corpo deitado
A meu lado dormindo
Essa paz que sempre
Me foge que prossigo
Assombrado sonhado
Já galguei os silêncios.
As palavras e as portas.
Tenho inda a mãe que
Traz consigo meu pai
Que morreu embora
Em verdade não mo
Diga por indizível ser.
É essa condição: só.
E se o soubéssemos
Ser seríamos outros;
Atempados Uns com
Os outros e tiravas a
Roupa porque dizes
Pesada arquitectura
Com a qual fingimos
E trazias teu corpo à
Minha boca ou janela
Aberta de par em par
Vislumbrando o para
Lá de nós morrendo
Devagar o lugar do
Amor ou o último
Segredo que te
Vi no olhar: ela!
[Para ti, Olga mulher; minha mãe, mulher do meu pai, teu amor marido]
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