Já havia peixes mortos
Quando o mar nasceu
E um dia um deus por
Lá passou e devolveu
O que nunca ali viveu
E para que se vissem
Plenos nesse mundo
Novo das rochas fez
Camas de areia e deu
Corpo de homem aos
Peixes para que pelos
Seus pés assomassem
Ao dia e defronte ao
Mar percebessem a
Ventura de nadar aquela
Imensidão líquida de céu
Espelho glauco do outro
Que a todos nós encima.
Dizem pescadores locais
Que às vezes, antes do
Dia raiar, vêem na baínha
Da areia que se coze ao
Rente do mar sinais (traços)
Como se pés doutro lugar
Que não sabem explicar.
Mais acima, no topo mais
Alto do mundo, há um
Menino-deus que os fica
A olhar saudoso de ali
Voltar para com eles
nadar e brincar o mar.
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