Fomos futuros em gomos
Fome de tudo sermos
Entre o sonho perdido
Há um sempre adiado
E um outro inventado
Somos o que mantemos
Da fonte de que nascemos
No hiato do dia e da noite
Há pássaros encantados
Florindo por fora as penas
Que por dentro trazemos
Serena soma dos medos
É o sorriso que vestimos
Mesmo quando os olhos
Digam que dos teus sou
Apartado e que não vou
A nenhum lado sem que
Te veja imaginado ser e
Entre a luz promitente e
O final do dia desistente
Há um terreiro em nós
Onde decorre a bravata
Do lado nosso que ficou
E essoutro que começou.
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