Supus tudo isto e mais ainda
E quando não dissemos nada
Soube, dum saber ante e p'ra
Além de mim, que irias morrer.
E fiquei a olhar-te antes e para
Além de ti a perceber que tudo
Tem por antecipação um nascer
E quando tropeçámos distraídos
Já cá não estás e os dias fingem
Que são aqueles dias antes deste
Casas de papelão a fazer de conta
Que há em nós continuação. Fadas
Pão-de-ló Os aniversários mentiras
Cristalizadas, frutos secos, amargos
Embalados, presentes dourados nas
Árvores de dezembros natais Poema
Onde cabemos na memória do nome:
Pai nosso que estais tão longe de nós
Vem buscar-nos Esta eternidade dura
Há tempo demais; pão ázimo teu beijo
Nos dais hoje assim na Terra haja Céu.
(c) Filipe M. | texto e imagem (2016)
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