Até uma determinada altura, pude
Exactamente o quê não sei bem e
Não sei bem exactamente o que
Deixei de poder. Enfim, bem sei
Que um fato não é peça única
E que é o anonimato da linha
Que cose as partes que lhe
Dão aquela junta aparência
E quando saímos da linha lá
Se vai a compostura; vai daí
Andamos aos papéis, porque
Precisamente sem nenhum! E
Ainda que entre o que pude e
O que não posso agora, possa
Haver uma distância ínfima que
Caiba na cabeça menor e maior
Que seja é ainda assim abissal o
Transtorno. Transtorno porque se
Interrompe a marcha e transtorno
Porque deixamos de perceber seu
Sentido; isto é: porque a fazemos e
Um clássico o donde e o para onde!
Quando deixamos de poder espanta
Como pudemos. Se houver por acaso
Retoma a perplexidade ganha sentido
Inverso: como pudemos ser incapazes
Quando já tão capazes somos. Questão:
Ainda que saiba as somas destas razões
Que conduziram àquele ser incapaz disto
E daquilo falhamos sempre o minuto zero!
Mais que tudo é essa imprecisão do tempo
E do teor: a dupla indeterminação frustante.
Porque fomos capazes e depois incapazes!?
Em que preciso momento uma coisa e outra?
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