Há nele um menino. Do corpo-homem ao
Corpo-menino há espaços preenchidos a
Medo. Ai medo mimo, tão pequenino que
Não sabe sair ao caminho. Há naufrágios
Nos seus olhos dum castanho assustado,
Ondas várias de mar cruel de nados rasos.
O menino baloiça no baloiço entre este tão
Pouco hoje e aqueloutros lugares d'infância
Donde traz igual jeito avoengo de olhar feliz.
Ah! memória agridoce que quase o faz sorrir
Chorar, assim o fizesse agora, hora d'acordar
O quarto onde se demora a levantar: houvera
De haver um lugar de se ser feliz doutro jeito,
Não este recreio que faz dói-dói e tarda o óó
Porque ainda dói depois do tempo do tempo
Estar tão perdido do próprio menino o adulto.
Tão pequenino que o olha de olhos baixos do
Mesmo modo que faz toda a gente quando é
Incapaz de sentir ser capaz de viver feliz inda
Aquela vez mais. Ele não, não hoje nem ontem
Mas o menino petiz, engenheiro de tanta vida
Recomeça a empreitada inda agora iniciada e
Já reergue o rapaz ainda não homem-capaz
A vontade do dia. Olha o menino, todo ele é
Vitral de sono enganado, e toma-o em seus
Braços e sobre a janela de luz da cortina do
Dia já aberto deita-o para que durma o seu
Lugar. De porta aberta, de ouvido atento, o
Sono é ainda de há pouco, toma um banho
De águas novas para que de novo o novo!
Sai pé ante pé e vai até àquele Parque da
Cidade. Leva o tabaco na algibeira e tem
Encontro há muito adiado consigo adulto.