A geometria diz a forma; um ponto a partir
Do qual a tua mão. A tua mão afagando de
Gesso a pele do corpo emaciado do amor
Púbere no baloiço da idade acrescentada.
A luz produz langor e horizontalidade: um
Sítio a sul onde nem mesmo o próprio mar
De verde-azul indeciso é liso nem assim a
Tua pele que os meus olhos limam e limos
Que beijo acima do sol que teus olhos têm
Sugerem sombra como a ogiva uma curva
E a luz entra e brinca no lençol linho de nu
Dividindo unindo, destapando ocultando o
Que compomos tão para lá de nós: o acto
Do amor que se faz e que autónomo em si
Perdura mesmo que por acaso se desfaça
Quem o faça. E da matéria nossa imaterial
Transita paira e nidifica em quem acredita.
Assim o filho de pai e mãe que pai de filho
Duma filha mãe de si nasça. O amor tem a
Sua forma vária e dizemos dele geometria
Quando é a nós que deforma. Bem ou mal
Somos nós os fazedores das altas coisas!
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