Visto o teu casaco
Por dentro o visto
Como o teu abraço
O teu sentar sento
O teu deitar deito
O teu rosto leve
Levo ora comigo
Ângulos mortos
Ocultam traços
Dos teus passos
E as tuas mãos
Falaram tão alto
E eu não escutei
E o relógio parou
E os ponteiros
Abriram a hora
Nova onde ainda
Não tenho vaga
E procuro os teus
Tamanhos e de
Boca em boca
Pergunto por ti
E os meus lábios
Saberão sempre
Ao gosto da tua
pele, fronte doce
De frutos beijada
Murmurando as
Palavras que me
Dão o lugar certo
Porque me dizias
Que tinhas que ir
Mas que teria eu
Que ficar porque
Os teus amores
Teria que curar.
Pediste para ir
Que vás na paz
Disse dividido
Sorri chorando
Pouco depois
Nasceu o sol
E nunca mais
Anoiteceu.
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