Os corpos pedem água.
Os corpos pedem mãos que os comecem.
Pedem corpos que dêem corpo ao seu.
Os corpos atravessam os dias
E as noites dos dias e pedem água.
Os corpos naufragam e revivem na superfície da pele: paisagem longa, a perder de vista...
A pele pede água e pede a boca que a beba, gota a gota.
Os corpos sustentam, cada um o seu, o nome que trazem.
São livros e mapas de caminhos pregressos.
Os corpos nascem
E morrem em si: sós.
E pedem água: a dos teus olhos,
A do rio dos teu olhos,
Do mar dos olhos teus.
O seu líquido olhar.
Os corpos são prazer e abandono: campos floridos porque há sempre flor (de dor) no chão queimado.
E as flores pedem água...
Os corpos falam no seu silêncio e têm recantos, lugares secretos e zonas inaugurais.
Os corpos partem e deixam a âncora do nome.
O nome. O dele e dum outro, a quem lhe pediu água...
A das lágrimas...
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