De quantos fios se faz um fim-condutor?
Entre um princípio e um fim ocorre-me uma ponte: duas margens dizendo o rio.
Quantos fins comporta um fim? Ocorre-me uma árvore, e seu tronco, e seus ramos e destes outros ainda e outros mais ainda saindo de outros até à bainha do céu.
Não creio que os haja: fins e seus começos.
Dizemo-los porque as palavras pedem as coisas que as criam para que sejam dizíveis.
Da mesma sorte as cartas pedem para ser escritas para que sejam lidas, relidas e esquecidas.
Assim a tristeza: em tonalidades; tantas quantas as inclinações da luz. E somos isso: relógios de sol cujas sombras se expandem e retraem na sua órbita.
Quantos começos confinam um fim? Ocorre-me um bater de asas, do ir ao vir: lonjura e regresso.
Fio-de-terra: para que entre a terra e o céu possamos Ser.
E na península do mais extremo dos ramos um botão no anúncio da flor.
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